quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Educação vs. Tecnologia



O uso da informática na educação já era objeto de estudo no final da década de 70. Mesmo com o PROINFO, pouco se discute quais os modos de informatização que estão sendo trabalhados e com que finalidade. Em geral as opiniões quanto ao uso das TIC’s são raras e difusas, falta ainda uma reconceitualização do campo da tecnologia educacional. Segundo a autora, para Blikstein e Zuffo, essas tecnologias podem ser vistas como possibilidade de solução para todos os problemas da educação.
                Essa opinião se equipara as de Kenski, no entanto ela não ignora que há um comércio de programas com baixa qualidade didática, elaborados por equipes de técnicos que não entendem de educação; essas tecnologias são adquiridas acriticamente por diretores e professores. Por isso Kenski crê que sejam necessários cursos de formação de professores que lhe garantam habilidades para essa nova competência.
Percebe-se que as tecnologias educacionais parecem seguir a mesma lógica mercantilista das empresas de tecnologias. Por isso, a autora diz que as políticas públicas para o ensino superior colocam as universidades no mesmo patamar das empresas. No entanto, isso já ocorre há muito tempo. Logo, a transformação do conhecimento cientifico e tecnológico em produto comercializável não é fruto da evolução tecnológica. Sendo assim, a lógica da educação se aproxima cada vez mais da lógica de consumo.
Por isso, faz se necessário distinguir qual o papel da educação tecnológica, diante da lógica mercantilista permeada em suas entranhas?


Esse texto tem como base o artigo TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO: um desafio na prática docente. Nara Caetano Rodrigues – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.
Postado por: Márcio Aparecido da Silva – Discente Curso Filosofia – UESC – BA 2011

2 comentários:

  1. Olá garotos...
    Ótima reflexão! Podemos começar a pensar qual o papel da educação diante da lógica mercantilista. Só isso já dá uma tese... rss
    Mas, com relação à educação tecnológica, existem mais agravantes, pois além do consumo há a velocidade com que este consumo é estimulado. A mesma velocidade com que os equipamentos, programas etc. são substituídos por se tornarem obsoletos.
    A escola, certamente, ainda não está preparada para este enfrentamento... é muito suscetível às “marés”... rs Vale mais o que está na moda do que a práxis sustentada na formação do cidadão, sujeito social, responsável, consciente, ecológico...
    Parece que giramos sempre em torno do mesmo eixo: a formação dos professores! Este campo precisa ser organizado de maneira que contemple os temas chamados emergentes. O uso das TIC (e inclusão digital) é um deles. Concordam?
    Para engrossar o caldo, retorno algumas perguntas: a) Existe uma consciência, por parte dos professores, de que as tecnologias digitais não estão do lado de fora esperando serem trazidas ao interior da escola? b) Estudantes e professores são conscientes da importância da educação tecnológica porque vivemos numa era tecnológica? c) Qual tem sido a representação social da formação de professores?
    Vamos seguir discutindo neste mesmo diapasão... rs
    Abraços
    Profa. Kátia

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  2. Olá Leves Memórias.
    Concordo contigo que o papel da educação frente a lógica mercantilista dá uma boa tese. Rsrs.
    Já quanto a velocidade do consumo que é estimulado nas TI's creio que uma boa parte desse conhecimento transformador, inovador, também poderia ser utilizado na Educação. Pois, nossos jovens de hoje, aparentemente têm essa necessidade de consumir algo sempre novo, são movidos pelo novo. Talvez isso poderia ajudar a diminuir a evasão.
    No entanto, em hipótese alguma o papel de formação do cidadão pode perder de vista sua função primordial, a emancipação dos sujeitos envolvidos no processo educacional. Concorda?
    Em relação ao uso das TIC's nas escolas, elas realmente estão ainda inciando essa migração para a escola. Claro que poucos professores estão utilizando-a no contexto educacional, mas a grande maioria, apenas a utiliza como uma mero recurso visual, como outrora era o retroprojetor. Ainda não há uma interatividade na relação professor/alunos, por mais que todos saibamos que vivemos numa era tecnológica.
    Grato pelos comentários.

    Márcio Silva

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